Laslum
Horace Vernet (1789–1863) - The Angel of Death (1851) - Detalhe (Manipulação de Imagem por Sara Melissa)
Tuas asas se abrem lívidas ao céu
Tens face em palidez símil às nuvens
Mãos negras estendidas, nenhum fel,
Com olhos carmesim de sangue em flúmens;
Transmuta-se alguém que muito amei,
Por hora és um demônio e também homem,
Um anjo horrendo e belo — opus Dei —
Lhe temo com afãs que me consomem;
Emerge em sonhos tristes, devagar,
E em noites cuja relva queima o ar
Recita o verso fúnebre por fim;
Tão próximo deleita o meu perfume
Ardor e solidão, tão pouco lume,
Afogo-me no assombro em frenesim.